As origens mais remotas do povo hebreu (israelita) ainda são desconhecidas. A Bíblia continua sendo a principal fonte para os estudos desse povo. As origens começaram com
Abraão, chefe de uma tribo de pastores seminômades que, aconselhado por Deus, deixou a cidade de Ur na Mesopotâmia, próxima às margens do rio Eufrates, dirigiu-se para Haran e depois foi se estabelecer na terra de Canaã, na costa oriental do Mediterrâneo (atual Israel).
Essa migração teve um caráter religioso e durou muito tempo até chegarem à terra prometida por Deus.
Abraão, ao contrário dos outros homens da época, acreditava num único Deus, Jeová, criador do mundo, invisível e que lhe tinha ordenado partir para
Canaã. Como prêmio por essa obediência e por sua fé, ele recebeu de Deus a promessa de que sua família seria a origem de um povo destinado a possuir a terra de Canaã, onde segundo a Bíblia, manava leite e mel. Essa promessa foi renovada a seu filho
Isaac e posteriormente a
Jacó (neto de Abraão), que recebeu de um anjo o nome de Israel, que significa "o forte de Deus". Mas a conquista definitiva de Canaã só vai se tornar realidade mais tarde, no século XIII a.C., quando
Moisés sai do Egito e conduz todo o povo hebreu para a
Terra Prometida, em
1250 a.C.
[editar] Patriarcas
Chamam-se patriarcas os três primeiros chefes do povo israelita: Abraão, Isaac e Jacó. O primeiro vivia em Ur, na Mesopotâmia. Deus lhe ordena partir para Canaã e lhe promete que sua descendência terá um destino extraordinário. Abraão parte e se estabelece na terra Canaã com sua família. Depois que Abraão morreu, sucede-lhe o filho Isaac e em seguida vem Jacó, filho de Isaac.
Jacó tem doze filhos, que vão dar origem às
doze tribos de Israel, José, o mais novo deles, é o protegido dos pais. Os irmãos o invejam a tal ponto que o vendem como escravo para mercadores do Egito. No Egito, José vai trabalhar na corte do faraó. Depois de muitas aventuras ele se torna o primeiro-ministro. Nesse tempo, sobrevém uma grande fome em Israel e José consegue que sua família se estabeleça no Egito.
Os hebreus viveram pacificamente no Egito por gerações. Mas um faraó se inquietou devido ao aumento populacional e poder: decide torná-los escravos e manda matar todos os meninos recém-nascidos. Ora, nessa época nasce, numa família israelita, o pequeno Moisés. Para salvá-lo sua mãe o acomodou numa pequena cesta de papiro e o escondeu entre os caniços do rio Nilo. O bebê foi recolhido pela filha do faraó Ptira e educado na corte. Ao se tornar adulto, Moisés fica revoltado com a miséria do seu povo, e para salvar seu irmão Aarão, mata um egípcio e por causa disso foge para Madiã. Lá conhece Séfora a filha do sacerdote Jetro de Madiã e casa-se com ela e passa a ser pastor no deserto do Sinai. Ali, Deus se revela a ele e lhe faz uma dupla promessa: libertará os israelitas da escravidão e lhe dará o país de Canaã. Moisés tem, a partir de então, uma missão grandiosa: guiará o povo de Israel até a Terra Prometida e transmitirá aos homens as mensagens de Deus nos dez mandamentos.
Moisés voltou, então, ao Egito, para junto dos seus, os hebreus, e ordenou ao faraó, que deixasse os escravos israelitas partirem para sua terra, porque era ordem de Deus. Diante da recusa do faraó, Deus castiga o Egito com dez terríveis pragas, narradas na Bíblia. Finalmente o faraó cede e o povo de Israel parte livre: é o Êxodo, isto é, a saída do Egito.
Moisés conduziu os hebreus através do deserto do Sinai. Pela segunda vez, Deus se revela a ele, lhe dará as Tábuas da Lei, com dez mandamentos, e faz com os israelitas uma aliança, um pacto. Ele os protegerá até a entrada na terra de Canaã, mas em troca exigirá do seu povo obediência absoluta a suas leis. Deus, com efeito, dita a Moisés as leis que regerão a vida dos israelitas. As 10 primeiras são particularmente importantes: são os
Dez Mandamentos da Lei de Deus.
[editar] Conquista de Canaã
Depois que saíram do
Egito, os
hebreus atravessaram o
mar Vermelho (literalmente) e passaram quarenta anos errando pelo
deserto da Líbia e pelo
deserto da Arábia até que finalmente chegaram às fronteiras da
Terra Prometida (atualmente Estado de
Israel).
Moisés morreu.
Josué, seu sucessor, lança uma
guerra contra os cananeus e venceu seus adversários próximos. O país dos cananeus torna-se então país de
Israel.
Deus teria cumprido sua promessa.
Uma vez estabelecidos na terra de Canaã, os hebreus precisavam de uma autoridade para liderá-los nas batalhas contra os filisteus e coordenar as atividades do povo. Foram os juízes, líderes político-militares que guiaram o povo sempre libertando-os de seus opressores, e entre eles se destacaram
Josué,
Sansão,
Gideão e
Samuel. Depois dos juízes, fundou-se o reino de Israel, que passou a ser comandando por um rei.
Davi e
Salomão foram os reis mais gloriosos da história de Israel.
Davi concluiu a conquista da terra de Canaã e fundou o reino de Israel. Expulsou do país os temíveis filisteus e escolheu Jerusalém como capital. Foi um rei poeta e escreveu muitos salmos (hinos religiosos) que se encontram na Bíblia Sagrada.
Durante o reinado de Salomão (filho de Davi), Israel progrediu muito. Salomão mandou construir palácios, fortificações e o
Templo de Jerusalém. Dentro do templo ficava a Arca da Aliança, que continha as Tábuas da Lei, onde estavam gravados os Dez Mandamentos que Deus tinha ditado para Moisés no
Monte Sinai, quando os hebreus vinham do Egito para Canaã.
A maioria do material usado nas construções foi importado de
Tiro, na
Fenícia. As importações de madeira (principalmente o cedro-do-líbano), ouro prata e bronze foram tão exageradas que empobreceram o país. O dinheiro arrecadado com os impostos não era suficiente para pagar as dívidas. Para sustentar os gastos e os luxos da corte, Salomão aumentou os impostos e obrigou a população pobre a trabalhar em obras públicas. Além do mais, a cada três meses 30.000 hebreus se revezavam no trabalho das minas e das floresta da Fenícia na extração de madeira, como forma de pagamento da dívida externa de Israel com a Fenícia.
A administração de Salomão descontentou o povo, mas ele passou à história como um grande construtor, e principalmente como um rei cheio de sabedoria.
[editar] Invasões estrangeiras
Israel esteve sob o poder de outros povos por várias vezes. Depois que se dividiu em dois Estados adversários - Israel ao norte e Judá ao sul -, o povo caiu prisioneiro dos assírios e babilônios. Em seguida, entre outras invasões, esteve sob o poder dos persas e romanos. No ano 70 d.C., o imperador romano Tito destrói completamente a cidade de Jerusalém. O povo judeu, a partir de então, espalhou-se pelo mundo (foi a chamada Diáspora) e só consegui se reunir no território atual, em 1948, quando foi fundado o Estado de Israel.
Muito fracos do ponto de vista familiar, os hebreus foram várias vezes conquistados por outros povos e até levados como escravos para a Babilônia (o cativeiro da Babilônia). Mas resistiram a inúmeras dificuldades ao longo dos séculos, e unidos em torno de seus preceitos religiosos, continuam ainda hoje como povo.
Desempenharam um papel muito importante na parte da religião e da moral, deixando uma enorme influência em todo o mundo ocidental, desde a Europa até as Américas.
Praticavam o monoteísmo, com a crença em Jeová (ou
Javé), Deus criador de tudo, universal, invisível, espírito todo-poderoso, que não podia ser representado por meio de estátuas ou imagens. Deveria ser adorado "em espírito e verdade". Os sacerdotes eram também chamados de levitas, porque pertenciam à tribo de Levi, uma das doze tribos de Israel.
Nos mil anos que antecederam o nascimento de
Jesus Cristo, os hebreus fixaram por escrito sua história, suas leis e suas crenças.
Todos esses dados se encontram na primeira parte da Bíblia, chamada de
Antigo Testamento, que é a parte seguida pelos hebreus.
A Bíblia é um livro sagrado não só para os israelitas como também para os cristãos.
[editar] Festas e dias santificados
O monumental
Templo de Jerusalém foi destruído pelos romanos, no ano 70. Atualmente resta apenas uma parte do muro que cercava o templo. Nesse muro, os hebreus ainda hoje vão lamentar a destruição do templo e a dispersão do seu povo pelo mundo. Esse muro é conhecido como o
Muro das Lamentações.
O sábado é consagrado à vida religiosa. Todo o trabalho é proibido. Esse dia é reservado para o encontro entre pessoas da família, para a oração e o estudo da Bíblia (Antigo Testamento).
As festas israelitas comemoram, em geral, acontecimentos históricos, religiosos e agrícolas. A mais solene delas é o Yom Kippur (o Grande Perdão): a pessoa se arrepende de suas faltas e Deus a perdoa se o arrependimento for sincero.
Antigamente, entre os judeus, honrava-se a Deus por meio de sacrifícios de animais (holocaustos) e por meio de ofertas. Atualmente, com a Diáspora (dispersão pelo mundo), os judeus se reúnem em lugares de culto chamados sinagogas. A oração e a leitura da Bíblia (Antigo Testamento) tornam-se atos essenciais na vida dos judeus.
[editar] Esperança de um novo Messias
Em toda a história de Israel, alguns homens exerceram uma influência especial: são os profetas. Os profetas são pessoas inspiradas por Deus, são os porta-vozes dele. A partir do século VII a.C., eles já anunciam uma grande esperança: a vinda de um Messias, um enviado de Deus, para transformar o mundo, fazer reinar a paz, a justiça e o amor e reunir novamente o povo de Israel para viver em paz em sua própria terra. O povo de Israel continua ainda hoje aguardando um messias salvador, que de acordo com a crença dos cristãos já veio na pessoa de Jesus Cristo.
[editar] Direito religioso
À espera do messias, o judeu deve tender à santidade, observando a lei e as regras de vida (a moral judaica). As leis estão contidas num livro chamado Torah.
Elas se referem a todos os aspectos da vida: o culto, o trabalho, a vida familiar, a alimentação, as vestimentas, as punições das faltas, etc.
As leis do Torah são explicadas por mestres chamados rabinos. Os comentários dos rabinos sobre as leis estão contidos num enorme livro Talmud.