Chamamos povos pré-colombianos a todos os habitantes da América anteriores à chegada dos europeus no final do século XV.
Até a sua quarta e última viagem, Colombo não tinha consciência de ter chegado a um novo continente. A comprovação de que se tratava de um novo continente foi feita pelo navegador florentino Américo Vespúcio, que, em 1497 ou 1499, chegou à América do Sul. Em sua homenagem, os geógrafos e cartógrafos, em um mapa – mundi publicado em 1507, utilizaram, pela primeira vez o nome América para representar o novo continente, ainda assim restrito à América do Sul.
Os habitantes do Novo Mundo chegaram em épocas diferentes, talvez até de lugares diferentes. Seu modo de vida também era diferente. Existiram pelo menos três civilizações complexas, que foram a asteca, a inca e a maia.
1- A Ocupação da América
Quando os Europeus aqui chegaram, as civilizações[1] asteca e inca já haviam organizado em impérios[2] , que inclusive dominavam outros povos.
Os Europeus estabeleceram-se em regiões mais densamente povoadas, onde tinham garantias de alimentação e mão-de-obra para futuros empreendimentos. Os espanhóis menosprezavam o trabalho manual e, de acordo com seu modelo de mercantilismo[3] , tinham um único objetivo: encontrar metais preciosos. Nessa empreitada, o trabalho duro seria feito pelos nativos.
2- Os Maias (ocupavam a região Mesoamérica – que se estende do México até a fronteira norte da atual Colômbia).
Provavelmente foi a mais antiga das civilizações pré-colombianas, embora jamais tenha atingido o nível urbano e imperial dos astecas e incas. Jamais formaram um império, embora possuíssem uma cultura comum. Sempre se organizaram em cidades-estados com relativo desenvolvimento econômico.
Tinham como base econômica a agricultura, principalmente a do milho, praticada com a ajuda da irrigação. A tecnologia utilizada na agricultura era muito rudimentar e itinerante, contribuindo para a destruição da floresta tropical nas regiões onde habitavam. Devido à agricultura itinerante, as cidades maias não eram muito grandes, sendo formado por um centro cerimonial permanente, rodeado de aldeias.
2.1 – Religião
Teve origem em cultos da fertilidade e da natureza, pois seus deuses mais antigos estavam relacionados com a chuva, o milho e o vento. A religião admitia sacrifícios humanos, embora fossem mais raros do que entre outros povos pré-colombianos.
2.2 – Cultura
A escrita era hieroglífica[4] . Outras realizações culturais estão relacionadas à cerâmica que era variada e de excepcional qualidade, com destaque para as estátuas de barro modeladas à mão. As arquiteturas de pirâmides e construções de sepulcros, consideradas altas expressões artísticas da humanidade; e aos conhecimentos de matemática, bastante usados no comércio.
2.3 – Declino
No século X, os centros cerimônias foram abandonados. A explicação é que, com a destruição do meio ambiente pelos maias, a região tornou-se incapaz de fornecer alimentos para a população.
3- Os Incas (habitavam os planaltos andinos, desde a Colômbia até as regiões do Chile e da Argentina atuais, tendo o atual Peru como sendo o centro político, econômico e demográfico).
Cronistas do século XVI não sabiam dizer se eram os astecas ou os incas que tinham mais poder. Para eles os astecas eram superiores em arquitetura e pompa na corte, enquanto os incas possuíam mais tesouros, riquezas e extensão de terras. Mas ambos se assemelhavam na grandeza militar e eram superiores em riquezas e organização a todos os demais povos pré-colombianos.
O Império inca foi a civilização mais desenvolvida que dominou a América do Sul. O seu expansionismo teve início nas diversas guerras travadas com os vizinhos. Essas guerras constantes levou a criação de militares interessados nas atividades bélicas, porque essas lhes traziam benefícios, tais como títulos, bens e mão-de-obra servil. Esses guerreiros estavam sempre pressionado por novas investidas militares. As guerras também visavam obter sacrifícios humanos para os deuses incas.
3.1 – Economia e sociedade
Sua população viva em pequenas aldeias e ocupavam-se da agricultura e do pastoreio. Essas aldeias eram habitadas por famílias com laços de parentesco, formando uma comunidade chamada ayllu[5] .
3.2 – Religião
O Sol era inicialmente o deus da tribo inca, que depois impôs seu culto a todo o império conquistado. Os incas também cultuavam outros deuses, como Viracocha, o criador, que reinava sobre todos, era o pai da Lua e do Sol, e dirigia o destino dos homens.
3.3 Cultura
Os incas não possuíam nenhum tipo de escrita, o que significa que sua tradição literária foi transmitida oralmente.
3.4 – Declínio
O império Inca passava por constantes guerras civis que ocorriam por ocasião da morte do imperador. Os irmãos Huáscar e Atahualpa estavam lutando pelo poder, o que enfraquecia o império. Com isto juntou a busca do Eldorado[6] , pelos europeus. A resistência durou mais de 40 anos. Só em 1572, com a morte do último imperador, Tupac Amaru, o Império terminou.
Pouco mais de duas centenas de espanhóis deram início à conquista de um vasto império com milhões de habitantes. Isso foi possível graças a diversos fatores: superioridade de armamentos – armas de fogo e ferro contra lanças, arcos e flechas; modo de guerrear – os incas não lutavam à noite, devido a tabus religiosos, enquanto os espanhóis lutavam a qualquer momento; superioridade de informação – os europeus conheciam todos os problemas políticos dos incas, enquanto estes nada sabiam sobre os opositores; rivalidades – entre os herdeiros ao trono; concepções religiosas – enquanto os incas permitiram o avanço dos espanhóis, pensando tratar-se de deuses.
4- Os Astecas (Golfo do México ao Pacífico e chegava até o sul da atual Guatemala).
Últimos a chegar ao refinado mundo do planalto mexicano, sedentarizaram-se e mesclaram-se como os toltecas, a última grande civilização lá existentes antes da chegada do povo asteca.
4.1 – Economia
Na época da conquista espanhola, a agricultura era a principal atividade econômica asteca, embora boa parte dos recursos alimentares ainda proviesse da caça, da pesca e da coleta. A terra era a única riqueza e pertencia à coletividade. O comércio também era bastante desenvolvido. Os grandes comerciantes detinham o monopólio do comércio exterior de artigos raros luxuosos, feito fora das fronteiras do império que atingia várias regiões da América do Norte e da América Central.
4.2 – Sociedade
O lugar mais baixo era ocupado pelos tlatlacotin , espécie de escravos – não livres que trabalhavam nas grandes propriedades dadas em usufruto aos templos.Sua origem era a mais diversas: homens e mulheres arruinados pelo vício; prisioneiros de guerra; condenados pela justiça; desertores do exército; etc. Podiam desposar mulheres livres (e seus filhos tornavam-se livres), possuir terras e mesmo outros escravos.
4.3. – Religião
Eram os mais religiosos de todos os habitantes nativos do México, mas seu poder político não era teocrático – O imperador não era deus nem supremo sacerdote.
4.4 – Cultura
Foi uma síntese das culturas mais antiga do México, mas superou-as, desenvolvendo conhecimentos e técnicas mais elevados. A escrita era uma mistura de ideografia com escrita fonética, pois alguns sinais denotavam idéias e outros designavam sons. A escrita ideográfica era semelhante aos hieroglíficos egípcios. As obras literárias tratavam de assuntos religiosos, interpretação de sonhos, rituais, migração das tribos, fundação das cidades e da origem mitológica das dinastias. A literatura era inseparável da música e da dança.
4.5 – Declínio
Os espanhóis, que habitavam a Ilha de Cuba, tomaram conhecimento da riqueza das civilizações do continente e prepararam-se para conquista-las. Em 13 de agosto de 151, os espanhóis tomaram a cidade, destruíram um grande império. Isso foi possível, em parte, pela superioridade em armamentos dos europeus.
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