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sábado, 3 de abril de 2010

Voltaire, Biografia e pensamento


O autor (1694-1778) nasceu em Paris. Seu nome verdadeiro era François Marie Arouet. Seu pai era tabelião e possuía pequena fortuna. Sua mãe tinha origem aristocrática. Ela morreu depois do parto. François foi franzino durante a infância e teve saúde fraca durante toda a vida. Tinha um irmão mais velho, Arnaud, que entrou para um culto herético jansenista. François revelou talento literário e sensibilidade poética logo na infância. Ele comprou livros com a herança de uma senhora que havia visto nele futuro cultural. Com esses livros, e com a tutela de um abade, começou sua educação. O abade lhe mostrou o ceticismo e as orações religiosas. O pai de François queria um futuro prático para o filho. Achava que a literatura não rendia dinheiro nem prestígio. Com o intuito de tornar o filho advogado do rei, coloca-o num colégio jesuíta. Os jesuítas eram padres com formação militar, que usavam para difundir o evangelho no mundo todo. Eram membros da Companhia de Jesus, que havia sido fundada por Inácio de Loyola. Os jesuítas ensinaram a Voltaire a dialética, arte de dialogar progressivamente, para provar as coisas. Ele discutia teologia com os professores, que reconheciam Voltaire como um “rapaz de talento mas patife notável”.

Biografia de Voltaire
Voltaire fazia parte de uma família nobre francesa. Estudou num colégio jesuíta da França, onde aprendeu latim e grego.Em 1713, foi designado como secretário da embaixada da França na cidade de Haia (Holanda). Em 1726, em função de uma disputa com um nobre francês, foi preso na Bastilha por cinco meses. Libertado, foi exilado na Inglaterra, onde viveu na cidade de Londres entre os anos de 1726 e 1728.Retornou para a França em 1728 e começou a divulgar idéias filosóficas, desenvolvidas na fase que viveu em Londres. Estas idéias baseavam-se, principalmente, nos pensamentos de Newton e John Locke.Em 1734, publicou uma de suas grandes obras, Cartas Filosóficas, em que defende a liberdade ideológica, a tolerância religiosa e o combate ao fanatismo dogmático.Em 1742, viajou para a cidade de Berlim, onde foi nomeado historiógrafo, acadêmico e cavaleiro da Câmara Real. Em função de conflitos, precisou sair da Alemanha e foi morar na Suíça.Retornou para Paris em 1778, onde morreu neste mesmo ano, no dia 30 de maio.
Pensamento e idéias defendidas- Voltaire foi influenciado, no campo da idéias, pelo cientista Isaac Newton e pelo filósofo John Locke.- Defendia as liberdades civis (de expressão, religiosa e de associação).- Criticou as instituições políticas da monarquia, combatendo o absolutismo. - Criticou o poder da Igreja Católica e sua interferência no sistema político.- Foi um defensor do livre comércio, contra o controle do estado na economia.- Foi um importante pensador do iluminismo francês e suas idéias influenciaram muito nos processos da Revolução Francesa e de Independência dos Estados Unidos.
Principais obras de Voltaire 
Édipo, 1718 
Mariamne, 1724 
La Henriade, 1728 
História de Charles XII, 1730 
Brutus, 1730 
Cartas filosóficas, 1734 
Mondain, 1736 
Epître sur Newton, 1736 
Tratado de Matafísica, 1736 
O infante pródigo, 1736 
Elementos da Filosofia de Newton, 1738 
Zulime, 1740 
Zadig ou o destino, 1748 
Le monde comme il va, 1748 
Nanine, ou le Péjugé vaincu, 1749 
O século de Luis XIV, 1751 
Micrômegas, 1752 
Essai sur les mœurs et l'esprit des Nations, 1756 
Histoire des voyages de Scarmentado écrite par lui-même, 1756 
Le Caffé ou l'Ecossaise, 1760 
Tancredo, 1760 
Histoire d'un bon bramin, 1761 
La Pucelle d'Orléans, 1762 
Tratado sobre a tolerância, 1763 
Dicionário filosófico, 1764 
Jeannot et Colin, 1764 
Petite digression, 1766 
O ingênuo, 1767 
A princesa da Babilônia, 1768 
Questions sur l'Encyclopédie, 1770 
Le Cri du Sang Innocent, 1775 
Dialogues d'Euhémère, 1777 
Irene, 1778 
Agathocle, 1779
 
Frases de Voltaire

- "É difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram".
- "A leitura engrandece a alma".
- "Todo aquele que desconfia, convida os outros a traí-lo."
- "O abuso da graça é afetação; o abuso do sublime, absurdo. Toda perfeição é um defeito."
- "O valor dos grandes homens mede-se pela importância dos serviços prestados à humanidade."
- "A guerra é o maior dos crimes, mas não existe agressor que não disfarce seu crime com pretexto de justiça."
- "Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano."
- "Que Deus me proteja dos meus amigos. Dos inimigos, cuido eu."
- "O preconceito é uma opinião não submetida a razão."
- "Tenho um instinto para amar a verdade; mas é apenas um instinto."
- "Como é horrível odiarmos quem desejávamos amar."
- "O meu ofício é dizer o que penso."
- "A primeira lei da natureza é a tolerância; já que temos todos uma porção de erros e fraquezas."
- "Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas."
- "O acaso é uma palavra sem sentido. Nada pode existir sem causa." 
 
Voltaire difundiu o conhecimento e filosofia. Suas obras foram muito lidas. Ele comenta outros autores e dá sua opinião. Torna claro os complexos sistemas filosóficos, pois é inteligente e escreve bem. O ceticismo de Voltaire é uma atitude espiritual, contra a metafísica. Voltaire fala que o Ser Supremo, cuja crença veio depois do politeísmo, é válido. Disso resulta num paradoxo, pois Deus existe e não podemos conhecer os mistérios do universo. Voltaire aceita os argumentos para a existência de Deus de São Tomás de Aquino. É a causa primeira de tudo, Inteligência suprema.
Contrariarmente ao Deus judaico-cristão, O Deus de Voltaire fez o mundo em tempos remotos e depois abandonou-o ao próprio destino. Por isso Voltaire é deísta.
Para os Iluministas, Deus não existe e é o mal da humanidade. A ignorância e o medo criaram os Deuses, e a fraqueza os preserva. É um empecilho para a civilização. O materialismo é preferencial à teologia. Essas idéias foram defendidas na Enciclopédia, cujo principal autor é Diderot. Os enciclopedistas chamavam Voltaire de fanático, por esse acreditar em Deus. Lembre-se que Voltaire participou da Enciclopédia. Voltaire via Deus na harmonia inteligente entre as coisas. Mas negava o livre arbítrio e a providência. Respondeu ao Barão d’Holbach, notório ateu, que o título de seu livro O sistema da natureza, demonstra a inteligência superior.
Voltaire foi um defensor da justiça. Defendeu muitos que estvam em desgraça e lutou contra a tirania. Não se entusiasmava com as formas de governo. Achava os legisladores reducionistas. Como viajou muito, não era patriótico. Não confiava no povo e não gostava da ignorância, que estava muito difundida. Levantava dúvidas, muitas de suas obras são repletas de perguntas. Numa carta a Rousseau, no qual comenta o Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade, disse que o livro de Rousseau fazia surtir o desejo de voltar a ser animal, e andar de quatro patas, mas ele já havia abandonado esse hábito há sessenta anos.
Aos oitenta e três anos, viajou para Paris, para rever a cidade-luz, depois de tanto tempo. Teve calorosa recepção. Assistiu uma peça sua encenada. Foi até a Academia de Letras de Paris, recebendo uma homenagem. Morreu não muito depois e toda a população parisiense saiu na rua, para participar do cortejo fúnebre

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